sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Teoria Psicanalítica


A Teoria Psicanalítica

Formado em medicina e especializado em tratamentos para doentes mentais, Sigmund Freud, austriaco, criou uma nova teoria. Esta estabelecia que as pessoas que ficavam com a mente doente eram aquelas que não colocavam seus sentimentos para fora. Segundo Freud, este tipo de pessoa tinha a capacidade de fechar de tal maneira esses sentimentos dentro de sua mente, que, após algum tempo, esqueciam-se da existência.
O método básico da Psicanálise é a interpretação dos sonhos das pessoas, da transferência e da resistência com a análise da livre associação, neste último ele fazia com que seus pacientes falassem qualquer coisa que lhes viessem à cabeça. Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade. Uma postura de não-julgamento, visando a criar um ambiente seguro.
Com este método ele era capaz de desvendar os sentimentos “reprimidos", ou seja, aqueles sentimentos que seus pacientes guardavam somente para si, após desvendá-los ele os estimulava a colocarem esses sentimentos para fora. Desta forma ele conseguiu curar muitas doenças mentais.
Nos primeiros trabalhos, Freud sugeria que a mente é constituída por três sistemas: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente. Os sistemas consciente (seria pequena e insignificante, preservando apenas uma visão superficial de toda a personalidade.) e pré-consciente interagem em todos os momentos, pois aquilo que é consciente num determinado momento, quando a atenção é desviada, passa ao sistema pré-consciente, cujas informações armazenadas, apenas com um esforço para lembrar, passa ao sistema consciente. Já o sistema inconsciente (imensa e poderosa porção inconsciente conteria os instintos, ou seja, as forças propulsoras de todo comportamento humano) não permite que as informações sejam lembradas, há uma energia barrando-as. Esta é a Teoria Topográfica. Porém, além da barreira contra a penetração no inconsciente, há grupos de conteúdos relacionados entre si funcionalmente. Esta é a Teoria Estrutural, que divide as estruturas em: ID que contém a libido, onde as forças buscam a satisfação imediata sem tomar conhecimento das circunstâncias da realidade. Funcionam de acordo com o princípio do prazer, preocupadas em reduzir a tensão mediante a busca do prazer e evitando a dor; O EGO serve como mediador, um facilitador da interação entre o ID e as circunstâncias do mundo externo. O EGO representa a razão ou a racionalidade, ao contrário da paixão insistente e irracional do ID. O EGO tem consciência da realidade, manipula-a e, dessa forma, regula o ID. O EGO obedece ao princípio da realidade, refreando as demandas em busca do prazer até encontrar o objeto apropriado para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão; O SUPEREGO desenvolve-se desde o inicio da vida, quando a criança assimila as regras de comportamento ensinadas pelos pais ou responsáveis mediante o sistema de recompensas e punições, quando formado o SUPEREGO, o comportamento é determinado pelo autocontrole. Nesse ponto, a pessoa administra as próprias recompensas ou punições.

Cada estrutura vai se diferenciando ao longo do desenvolvimento, exceto o ID, que compreende a totalidade da mente no nascimento. O EGO começa a se diferenciar por volta dos seis à oito meses, completando-se entre dois e três anos. Já o SUPEREGO inicia a sua diferenciação entre cinco e seis anos e termina até os dez ou onze anos. 

Frutos dessa dialética, que se refere às defesas do EGO contra o ID, e são de natureza, em sua maioria, inconsciente, surgem os mecanismos de defesa, ou seja, processos subconscientes, que procuram a solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. São os mecanismos de defesa:


Repressão -  afastar ou recalcar da consciência um afeto, uma idéia ou apelo do instinto. Um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente esquecido e se tornar não evocável;

Defesa de reação - consiste em mostrar um método e expor sentimentos, ambos opostos aos impulsos verdadeiros, quando estes são inconfessáveis.

Projeção - consiste em atribuir ao outro um desejo próprio, ou atribuir a alguém, algo que justifique a própria ação

Regressão - é o retomar as atitudes passadas, que provaram ser gratificantes e seguras para pessoa, e às quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que se tornam recorrentes, repetitivas.

Substituição - O inconsciente, em suas duas formas, está impedido de manifestar-se diretamente à consciência, mas consegue fazê-lo indiretamente. A maneira mais eficiente para essa manifestação é a substituição, isto é, o inconsciente oferece à consciência um substituto admissível por ela e por meio do qual ela pode satisfazer o Id ou o Superego. Os substitutos são imagens (representações analógicas dos objetos do desejo) e formam o imaginário psíquico que, ao ocultar o verdadeiro desejo, o satisfaz indiretamente por meio de objetos substitutos (a chupeta e o dedo, para o seio materno; tintas e pintura ou argila e escultura para as fezes, uma pessoa amada no lugar do pai ou da mãe, de acordo com as fases da sexualidade).

Além dos substitutos reais, outros substitutos como o imaginário inconsciente oferece, sendo frequentes os sonhos, os lapsos e os atos falhos. Neles, realizamos desejos inconscientes, de natureza sexual. São a satisfação imaginária do desejo.

Sublimação - A sublimação consistitui adoção (assumir) de um interesse ou de um comportamento que possa enaltecer comportamentos que são instintivos de raiz. Para Freud as obras de arte, as ciências, a religião, a Filosofia, as técnicas e as invenções, as instituições sociais e as ações políticas, a literatura e as obras teatrais são sublimações, ou modos de substituição do desejo sexual de seus autores e esta é a razão de existirem os artistas, os místicos, os pensadores, os escritores, cientistas, os líderes políticos, etc.

Transferência - Freud afirmou que a ligação emocional que o paciente desenvolvia em relação ao analista representava a transferência do relacionamento que aquele havia tido com seus pais e que inconscientemente projetava no terapeuta.

Isolamento - consiste em isolar, isto é, em separar um pensamento ou uma ação do seu contexto geral. Esse mecanismo está habitualmente presente na neurose obsessiva e traduz-se em atitudes que pretendem diminuir a ansiedade que o sujeito sente diante certos sentimentos. O obsessivo faz rituais, compulsões sistemáticas para romper com as ideias que o perturbam.


No entanto, não é possível abordar diretamente o Inconsciente, o conhecemos somente por suas formações: atos falhos, sonhos, chistes e sintomas. É nesse sentido que Freud formulou a expressão Psicopatologia da vida cotidiana. Pode-se prever que a mente inconsciente é um outro "eu", e essa é a grande idéia de que temos no inconsciente uma outra personalidade atuante, em conjuntura com a nossa consciência, mas com liberdade de associação e ação. Através de experiências de hipinoses com fim de tratamento de psicoses e compreensão do Inconsciente, Freud, começou a formular hipóteses sobre a continuidade do inconsciente, ou seja, os pensamentos inconscientes que vão surgindo não aparecem por acaso, existe uma continuidade, porém a qual é impedida por alguma forma de se revelar ao consciente e não é de fácil acesso como o pré consciente. Essa continuidade da vida mental é denominada determinismo psíquico e está ligada à hipótese de que existem processos mentais dos quais o indivíduo não se dá conta, pois são inconscientes.

A ação do Inconsciente e representada pelo o impulso é um constituinte psíquico, geneticamente determinado, que produz um estado de tensão quando em ação. As respostas motoras do indivíduo são aperfeiçoadas com a experiência. Este constituinte psíquico é movido por uma energia denominada libido ou energia agressiva, e a quantidade de energia empregada num objeto é a catexia. Os impulsos são classificados como sexual e agressivo. Embora sejam classificações contraditórias, não existe um ato que aconteça sem a presença dos dois, mesmo que em quantidades diferentes. 

Gradativamente a criança vai se distinguindo de outros objetos e reconhecendo o objeto de mais importante fonte de gratificação, o próprio corpo. Essa libido autodirigida é denominada narcisismo, o que é um estágio normal do desenvolvimento. As relações mais importantes desta fase são as relativas ao Complexo de Édipo e constituem fundamental importância para o desenvolvimento, pois têm um significado bastante importante. Durante o Complexo de Édipo a criança deseja eliminar o genitor do mesmo sexo e seduzir o do sexo oposto. Onde, no caso do menino, o medo é da castração, abandonando e reprimindo os desejos edipianos. Já a menina sente-se fracassada e inferiorizada por não possuir um pênis e sente raiva da mãe por ter permitido que assim ela nascesse.

Mesmo evoluindo o desenvolvimento psicossexual, o indivíduo pode ainda catexizar a energia no objeto original de uma fase, o que é chamado de fixação, a qual em proporções excessivas pode ter uma conseqüência patológica. Essas fases, oral, anal, fálica e genital, podem ser catexizadas tanto de impulsos sexuais quanto agressivos.
Contudo, ao estudar a teoria da psicanálise não se pode esquecer do estado anormal do indivíduo que é estudado como psicopatologias. Para que seja diagnosticada a psicopatologia são verificados os sintomas que o indivíduo apresenta não são feitos exames porque não existem lesões. -Os Mecanismos de defesa, nesse sentido se tornam indicadores das psicopatologias de um individuo, pois se apresentam em todas as pessoas. E só se tornam anormais quando aparecem excessivamente, além do fato de que quando os Mecanismos de defesa falham, podem ocorrer transformações mais agressivas no comportamento; como perturbações psicológicas graves, sendo um efeito da psicose.
Há de se ressaltar que além da identificação dos conflitos psíquicos, considera-se também o fator da hereditariedade na etiologia das psicopatologias. Porém, não existe uma linha divisória entre o normal e o patológico, o que acontece é uma evolução gradativa do normal para o anormal.
Os objetivos da psicanálise, de permitir a compreensão do comportamento humano, visto que o homem não guia sua própria mente e sim o seu inconsciente, vem sendo cada vez mais respeitados e aceitados pela comunidade científica, haja vista, que por ser uma ciência relativamente nova, possui ainda um vasto campo de estudo não explorado.



 Michel Sampaio Ferreira


REFERENCIAS:


http://www.psicoloucos.com/Psicanalise/id-ego-e-superego.html

http://www.suapesquisa.com/biografias/freud.htm

http://www.webartigos.com/artigos/introducao-a-teoria-da-psicanalise/19134/#ixzz295ogNU00



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